Seja pela folia ou pelo descanso, sem dúvida o Carnaval é um dos feriados mais aguardados pelos brasileiros. Tanto é que, nas contas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o evento deve movimentar R$ 12 bilhões em todo o país. No entanto, o custo para curtir a festa aumentou, e a inflação do período afeta desde o transporte até a alimentação e hospedagem.
Na última quinta-feira (27), o Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE) divulgou o seu Índice Geral do Carnaval, apontando que os principais produtos e serviços consumidos para essa festividade, em âmbito nacional, tiveram retração média de 0,96% no acumulado dos últimos 12 meses, considerando todas as capitais brasileiras. Um ano antes, em 2024, a inflação da folia havia avançado 0,86%.
“A maioria dos itens selecionados da cesta apresentou alta, resultando em variação de preços acima da inflação.”
O levantamento da FGV considerou 12 itens, divididos em categorias (alimentação, passagens e hospedagem, e mobilidade urbana), a fim de avaliar a evolução dos preços pelo IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor – 10).
Os cinco itens que mais subiram de preço em 2025 foram transporte por aplicativo (15,16%), hospedagem (10,05%), lanches fora de casa (8,23%), refeições em bares e restaurantes (6,13%) e cerveja (5,38%). Comparando com o ano passado, esses itens já vinham apresentando alta, mas a pressão inflacionária foi mais intensa neste Carnaval.
“Desde as bebidas até os serviços de turismo e estética, os custos subiram por uma combinação de fatores, com destaque para crescimento da demanda, mudanças de tributação, custos de insumos e depreciação cambial.”
Ao olhar para os itens que são consumidos nessa época do ano, um dos grandes vilões deste Carnaval (e de outros) tem sido o transporte por aplicativo, que registrou alta de 15,16% somente em 2025; um ano antes o avanço já havia sido de 9,47%.
“Os reajustes não aplicados em anos anteriores se concentraram em janeiro de 2025, impactando o custo.”
A alta do dólar também está refletindo nos preços da folia brasileira. A analista de research da Rico lembra que a moeda americana influencia diretamente nos custos de insumos importados. E isso acaba por impactar desde a produção de bebidas alcoólicas até acessórios de Carnaval.
Para quem quer curtir o Carnaval sem comprometer o orçamento, algumas estratégias podem ajudar a manter os gastos sob controle. Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em Finanças Comportamentais, alerta para os preços em eventos realizados durante o período.
“O aumento nos preços de baladas e casas noturnas pode ser atribuído à maior demanda, pois muitos foliões buscam entretenimento. Além disso, custos operacionais, como aluguel de espaço, contratação de artistas e segurança, podem ter aumentado, refletindo-se nos preços ao consumidor.”
Considerando esse ponto de alerta e os itens inflacionados neste Carnaval, o planejador financeiro ainda reuniu dicas para quem precisa economizar, mas não quer abrir mão da folia.
- Estabeleça um orçamento: determine um limite de gastos considerando transporte, alimentação, hospedagem e lazer;
- Busque alternativas econômicas: hospedagens coletivas ou aluguel por temporada podem ser mais baratos que hotéis tradicionais;
- Compre bebidas com antecedência: comprar em quantidade e dividir com amigos pode reduzir os custos. Levar um cooler pode evitar preços elevados em bares e ambulantes;
- Aproveite eventos gratuitos: muitas cidades oferecem blocos de rua e eventos culturais sem custo;
- Planeje o transporte: opte por transporte público ou organize caronas para evitar preços elevados de aplicativos;
- Monitore os gastos: utilize aplicativos de controle financeiro, como Mobills e Minhas Finanças, para evitar surpresas após o feriado.