Está claro que o presidente Donald Trump tem planos para a nova ordem mundial. Talvez ele possa compartilhar sua visão com o país quando se dirigir ao Congresso, na terça-feira. Assim começa o editorial deste domingo (2) de um dos maiores jornais dos Estados Unidos, o Wall Street Journal.
Em um duro artigo de opinião, o jornal afirma que o presidente americano parece buscar uma ‘velha ordem mundial‘, composta pela competição entre grandes potências e equilíbrio de poder que prevaleceu antes da Segunda Guerra Mundial. Os parceiros da vez seriam China e Rússia. ‘É menos um novo mundo corajoso do que uma reversão a um antigo e perigoso. O Sr. Trump não articulou isso, mas alguns dos intelectuais ao seu redor o fizeram’, afirma o WSJ.
Se o presidente dos EUA demonstra força perante antigos amigos, o jornal considera que a postura com Xi Jinping, chefe do Partido Comunista Chinês, demonstra que Trump o estaria ‘cortejando’. A falta de atuação na defesa de Taiwan contra a China teria relação com iniciativas de busca por controle do Canal do Panamá e possível compra da Groenlândia da Dinamarca. ‘Esses movimentos, juntos, sugerem uma visão de mundo que há muito é o objetivo dos isolacionistas americanos: deixar a China dominar o Pacífico, a Rússia dominar a Europa e os EUA as Américas. O Oriente Médio presumivelmente permaneceria uma região de contenda, pelo menos até que o Sr. Trump faça um acordo nuclear com o Irã‘, diz o artigo.
Como resultado dos movimentos, a Rússia poderia impor a paz para a Ucrânia em seus termos e, futuramente, invadir. A América ficaria a mercê dos interesses dos EUA e buscaria relações comerciais que não conflitassem com o país. E a China, por sua vez, poderia avançar sobre Taiwan e colocar o Japão em atenção.