Depois de anunciar a entrada em vigor de tarifas aos produtos de China, México e Canadá, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que adotará tarifas recíprocas a partir de 2 de abril. O Brasil foi mencionado por Trump como um dos países que impõem tarifas injustas aos EUA no comércio exterior. Segundo o presidente, a reciprocidade tarifária será aplicada para evitar que os EUA sejam prejudicados por outros países.
O economista-chefe da XP, Caio Megale, destacou que o Brasil está em desvantagem nesse contexto, com tarifas de importação elevadas e taxas de exportação para os EUA relativamente baixas. Isso coloca o Brasil como alvo da política comercial dos EUA.
O Bradesco ressalta que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com destaque para produtos como óleos brutos, combustíveis de petróleo, aeronaves, café e celulose. Apesar da importância da parceria, o Brasil sempre taxou as importações dos EUA, enquanto as tarifas americanas sobre produtos brasileiros são mais baixas.
Com a possibilidade de tarifas recíprocas, o Brasil poderia enfrentar aumentos tarifários. O Bradesco fez cenários hipotéticos para medir os impactos, prevendo reduções nas exportações e possíveis depreciações cambiais. Os cenários variam desde um aumento moderado das tarifas até uma escalada para 25%, com estimativas de impacto na balança comercial e na inflação.
Essa análise aprofundada busca elucidar os possíveis desdobramentos das tarifas recíprocas de Trump e seu impacto no comércio bilateral com o Brasil.