Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Irã, Masoud Pezeshkian, aprofundaram os laços militares entre seus países nesta sexta-feira, assinando uma parceria estratégica de 20 anos que deve preocupar o Ocidente.
Segundo o acordo, Rússia e Irã aumentarão a cooperação em diversas áreas, incluindo seus serviços de segurança, exercícios militares, visitas a portos de navios de guerra e treinamento conjunto de oficiais. Nenhum dos dois permitirá que seu território seja usado para qualquer ação que ameace o outro e não fornecerá ajuda a um agressor que ataque qualquer uma das nações, de acordo com o texto, que também afirma que eles trabalharão juntos para combater ameaças militares.
Mas não incluiu uma cláusula de defesa mútua do tipo incluída em um tratado entre a Rússia e a Coreia do Norte — o Ocidente diz ter visto tropas norte-coreanas serem enviadas para lutar na Ucrânia, algo que Moscou não confirmou nem negou. Tampouco houve menção específica à transferência de armas, um tópico de particular preocupação para os EUA e seus aliados, embora os dois lados tenham dito que desenvolveriam “cooperação técnico-militar”.
Putin disse que a Rússia informava regularmente o Irã sobre o que estava acontecendo no conflito da Ucrânia e que eles se consultavam de perto sobre os eventos no Oriente Médio e na região do sul do Cáucaso.
Rússia e Irã foram os principais aliados militares do presidente sírio Bashar al-Assad, que fugiu para Moscou após ser derrubado no mês passado. O Ocidente também acusa o Irã de fornecer mísseis e drones para os ataques russos à Ucrânia. Moscou e Teerã afirmam que seus laços cada vez mais estreitos não são direcionados contra outros países.
Moscou tem cultivado laços mais estreitos com o Irã e outras nações hostis aos EUA desde o início da guerra na Ucrânia. Ela já tem pactos estratégicos com a Coreia do Norte e com a aliada próxima Belarus, além de um acordo de parceria com a China.
Os Estados Unidos acusaram Teerã em setembro de entregar mísseis balísticos de curto alcance à Rússia para serem usados contra a Ucrânia. Teerã nega o fornecimento de drones ou mísseis. O Kremlin se recusa a confirmar que recebeu mísseis iranianos, mas reconhece que sua cooperação com o Irã inclui “as áreas mais sensíveis”.