A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou os benefícios que ele buscava ao firmar acordo com a Polícia Federal (PF). Entre os pedidos estavam a limitação de sua pena a no máximo dois anos, a restituição de bens e a extensão dos benefícios à sua esposa e filha, envolvidas no esquema de falsificação de cartões de vacinação. Além disso, o acordo ainda previa beneficiar o pai do militar, general Mauro Lourena Cid, suspeito de auxiliar o ex-presidente na venda de joias recebidas como presentes durante o mandato de Bolsonaro.
Os detalhes do acordo vieram à tona após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar o sigilo da delação. O documento também indica que Cid solicitou proteção para si e sua família, além da garantia de que a PF monitoraria sua segurança. Para obter os benefícios da delação, Cid se comprometeu a esclarecer todos os crimes que cometeu, falar a verdade incondicionalmente, cooperar com a PF, entregar documentos relevantes, indicar provas úteis e afastar-se de atividades criminosas.
O acordo foi homologado pelo STF, garantindo a soltura de Cid, mas ele voltou a ser preso por descumprir medidas cautelares. A PGR afirmou que os benefícios serão avaliados ao fim do processo, podendo ser revogados se houver omissões. A confiabilidade da delação de Cid foi questionada, podendo influenciar a decisão do STF sobre os benefícios concedidos.