A bancada evangélica do Congresso elegeu, nesta terça-feira (25), o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) como novo líder do grupo para o biênio 2025-2027. A decisão, tomada por votação, marca uma mudança significativa no tradicional processo de aclamação da liderança, refletindo a crescente fragmentação interna do bloco.
A Frente Parlamentar Evangélica segue como uma das mais influentes do Congresso, mas enfrenta desafios de coesão, exacerbados pela polarização política entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A disputa entre esses polos tem acirrado as divisões no grupo evangélico, dificultando o consenso.
A eleição desta terça-feira é o mais recente capítulo da crescente fragmentação da Frente Parlamentar Evangélica, que já havia enfrentado divisões em 2023, quando uma disputa acirrada entre Eli Borges (PL-TO) e Silas Câmara (Republicanos-AM) levou à anulação de uma votação.
O novo líder é considerado alinhado ao conservadorismo e tem o apoio de Bolsonaro e do PL. Nos bastidores, especula-se que sua candidatura tenha o respaldo do pastor Silas Malafaia, aliado próximo de Bolsonaro, mas Nascimento nega qualquer vínculo formal e se apresenta como um candidato independente.
Por outro lado, Otoni de Paula, pastor e deputado desde 2019, se distanciou de Bolsonaro após as eleições de 2022 e passou a se alinhar com o governo Lula. Classificado como representante da ala ‘moderada’ e governista, Otoni criticou o ex-presidente por tentar transformar a bancada evangélica em um ‘puxadinho’ do bolsonarismo e se apropriar do discurso evangélico sem contemplar o grupo com cargos.
Com a polarização política em alta e a proximidade das eleições presidenciais de 2026, o resultado da eleição de Nascimento poderá moldar a orientação política da bancada evangélica nos próximos anos.