Alguns dos principais líderes políticos da direita e da extrema-direita mundial estarão reunidos, nesta quarta-feira (4), em Buenos Aires (Argentina), para mais uma edição da CPAC (Conservative Political Action Conference – ou Conferência de Ação Política Conservadora, na tradução em português).
Trata-se do principal fórum de debates envolvendo as forças políticas mais conservadoras em nível global. Desta vez, o anfitrião do encontro é o presidente da Argentina, Javier Milei, que vem ganhando cada vez mais espaço e angariando uma legião de admiradores no espectro político da direita e da extrema-direita.
Em julho deste ano, a CPAC foi realizada no Brasil – em Santa Catarina – e contou com a presença de Milei e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No mês passado, Milei voltou a participar do encontro e se reuniu com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que será novamente a principal atração do evento. Além de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o filho “02” do ex-presidente, também participará da CPAC e deve discursar.
O estrategista político Steve Bannon, muito ligado a Trump e à extrema-direita americana, também é aguardado no encontro conservador, participando por videoconferência. Outro que confirmou presença é o advogado e comentarista político americano Ben Shapiro.
A CPAC em Buenos Aires também deve receber o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo; Santiago Abascal, líder da extrema-direita na Espanha; e Eduardo Velástegui, representante da direita mais radical no México. Também devem comparecer políticos conservadores de países como Uruguai, Chile, Peru e Bolívia.
O tema da edição “argentina” da CPAC é: “Defendendo a liberdade, a soberania nacional e valores tradicionais no futuro da América Latina”. Segundo especialistas, a reunião deve se tornar um palanque político para Javier Milei, que vem tentando consolidar a imagem de grande líder conservador regional e uma das referências da direita mundial.
Uma das imagens mais emblemáticas do G20 foi o aperto de mão protocolar entre Milei e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que era o anfitrião do encontro. Ambos praticamente não trocaram palavras, e o líder argentino foi um dos poucos que não teve reunião privada com Lula durante o evento. Milei é aliado de primeira hora de Bolsonaro e já atacou Lula publicamente diversas vezes, chamando o atual presidente brasileiro de “corrupto” e “comunista”.
A CPAC teve origem nos EUA, em 1974, em meio à crise política no país em função do escândalo de Watergate, que culminou na renúncia do então presidente Richard Nixon. Em sua história cinquentenária, a CPAC já contou com a participação de ex-presidentes dos EUA como Ronald Reagan, George W. Bush e o próprio Donald Trump, todos do Partido Republicano. O evento chegou ao Brasil em 2019, por iniciativa de Eduardo Bolsonaro, durante o primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro.