O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) está reunindo informações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) para defender a atual ocupante do posto, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, de críticas da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Farias enviou ofícios à Polícia Federal, à Casa Civil e à Controladoria Geral da União (CGU) solicitando informações sobre viagens, gastos e investigações em andamento relacionadas à esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O deputado, que lidera a bancada do PT, indicou que as respostas dos órgãos serão utilizadas como base para ações na Câmara dos Deputados com o intuito de desgastar a imagem de Michelle. Em suas redes sociais, Lindbergh Farias afirmou: ‘Cada requerimento contra Janja, nós vamos apresentar 2 contra Michelle Bolsonaro. A turma da rachadinha com cartão corporativo não tem moral. Vamo [sic] pra cima‘.
Janja tem sido alvo de críticas por gastos em viagens ao exterior e por manter um gabinete informal no governo Lula, mesmo sem ocupar um cargo na gestão federal. Segundo informações do Estadão, ela conta com uma equipe de 12 assessores que, até o final do ano passado, havia gastado R$ 1,2 milhão em viagens. A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República ressalta que os servidores desempenham funções previstas em lei.
O PL Mulher, liderado por Michelle Bolsonaro, emitiu uma nota afirmando que o deputado petista ‘requentou uma série de denúncias mentirosas’ contra a ex-primeira-dama. O partido considera tais alegações uma tentativa de desviar a atenção da população dos escândalos recentes do governo petista, do aumento nos preços dos alimentos e da gasolina, bem como dos gastos e polêmicas envolvendo a atual primeira-dama.
Lindbergh questionou a Polícia Federal e a CGU sobre possíveis investigações de desvios de recursos públicos durante o governo Bolsonaro para custear despesas da ex-primeira-dama. Além disso, ele apresentou uma representação criminal ao Ministério Público Federal para investigar o caso.
Mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, revelam solicitações de assessoras de Michelle para depósitos em dinheiro vivo na conta da ex-primeira-dama e saques para pagamento de contas. A esposa de Jair Bolsonaro também utilizava o cartão de crédito de uma amiga, assessora parlamentar no Senado, para certas despesas.
O líder do PT na Câmara questionou a Casa Civil, sob o comando de Rui Costa (PT), sobre a quantidade de viagens realizadas pela ex-primeira-dama durante o governo Bolsonaro, os custos dos voos, se foram pagos com dinheiro público e as justificativas para os deslocamentos.
Lindbergh Farias também indagou à pasta sobre as medidas adotadas para atender à recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) em relação ao programa Pátria Voluntária, iniciativa criada pelo governo Bolsonaro e liderada por Michelle para promover o voluntariado no Brasil. O TCU, em uma auditoria concluída em 2023, constatou a falta de critérios objetivos na seleção das instituições sociais beneficiadas pelo programa e sugeriu à pasta mais transparência na prestação de contas das entidades beneficiadas.