No Dia Internacional da Mulher, manifestações tomaram as ruas de diversas cidades do Brasil e do mundo para reivindicar direitos, denunciar retrocessos e reforçar a luta pela igualdade de gênero.
No Brasil, os protestos se concentraram na defesa do direito ao aborto e na luta contra o feminicídio, enquanto outros países da América Latina abordaram pautas locais urgentes.
Em diversas capitais brasileiras, com destaque para São Paulo, manifestantes se reuniram para protestar contra propostas que visam restringir ainda mais o já limitado direito ao aborto no país.
Movimentos feministas destacaram que a criminalização do aborto impacta, sobretudo, mulheres pobres e negras, reforçando desigualdades estruturais.
O tema ganhou ainda mais força após o Congresso debater, em 2024, um projeto para equiparar abortos tardios a homicídios, que gerou ampla mobilização e foi temporariamente arquivado.
Além disso, houve forte presença de cartazes e discursos contra o feminicídio, um crime que segue em alta no Brasil.
Na Argentina, os atos foram marcados por protestos contra políticas de austeridade que afetam diretamente mulheres e trabalhadoras.
Sindicatos femininos denunciaram cortes em programas sociais e previdenciários que prejudicam mães solo e trabalhadoras informais.
Além disso, houve forte presença de grupos que reivindicam a manutenção das políticas de equidade de gênero ameaçadas pelo governo atual.
No México, comunidades indígenas ressaltaram a luta contra o machismo e a discriminação de gênero dentro dos próprios povos originários.
Trabalhadoras sexuais também participaram dos atos em Puebla, exigindo o reconhecimento de seus direitos e melhores condições de trabalho.
A presidente Claudia Sheinbaum reafirmou seu compromisso com reformas para combater a violência de gênero.
Em Santiago, no Chile, milhares de mulheres marcharam exigindo que o governo priorize políticas de equidade de gênero, incluindo o debate sobre o aborto legal.
A mobilização criticou a falta de avanços em questões como direitos reprodutivos, previdência e moradia digna.
Os atos na Colômbia tiveram como foco o aumento da violência contra mulheres e feminicídios, que cresceram nos últimos anos.
Além disso, manifestantes protestaram contra a violência política sofrida por mulheres em cargos públicos, cobrando maior proteção e punição para casos de ameaças e assédio.
Na Venezuela, grupos feministas pediram melhores salários e infraestrutura de apoio para vítimas de violência doméstica.
Manifestantes criticaram o governo por negligenciar políticas de proteção às mulheres, especialmente em meio à crise econômica.
Em Nova York, nos Estados Unidos, milhares de pessoas foram às ruas neste 8 de março para participar dos atos organizados pelo movimento Women’s March.
A mobilização deste ano teve um tom de resistência diante da nova administração de Donald Trump, com manifestantes denunciando políticas que, segundo ativistas, representam retrocessos nos direitos das mulheres.
Na Europa, as marchas foram marcadas por protestos contra violência sexual e desigualdade salarial.
Em Madrid, manifestantes lembraram o caso de Gisèle Pelicot, que foi drogada e violentada por anos pelo ex-marido.
Em Paris, Berlim e Varsóvia, grupos feministas pressionaram governos por leis mais rígidas contra crimes de gênero.
Na Turquia, manifestantes criticaram as políticas do presidente Recep Tayyip Erdoğan, que declarou 2025 como o ‘Ano da Família’, o que foi visto como um retrocesso nos direitos das mulheres.
Protestos também denunciaram o aumento da violência doméstica no país.
Em Lagos, na Nigéria, milhares de mulheres vestiram roxo, cor do movimento feminista, e celebraram a luta pelos direitos das mulheres.
As manifestações na África foram voltadas para o combate à violência e ao casamento infantil.
(Com informações de Agência Efe, The Guardian, NBC)