A economia brasileira continuou em expansão em novembro, superando as expectativas, apesar das medidas de aperto monetário implementadas pelo Banco Central. Os dados recentes divulgados pelo BC indicam um cenário de crescimento, porém com projeções de desaceleração no final de 2024.
Em novembro, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um indicador antecedente do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou um avanço de 0,1% em relação ao mês anterior, em dados ajustados sazonalmente. Embora esse resultado seja praticamente estável em comparação com outubro, ele superou as expectativas de estagnação para o período.
Este foi o quarto resultado positivo consecutivo, porém evidenciando uma desaceleração após os avanços de 0,3% em agosto e 0,7% em setembro. Na comparação anual, o índice registrou um crescimento de 4,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior e, considerando o acumulado em 12 meses, apresentou uma alta de 3,6%.
Apesar da performance positiva em novembro, houve predominância de resultados negativos em diversos setores. A indústria teve uma queda de 0,6% na produção, as vendas varejistas recuaram 0,4% e o volume de serviços registrou uma retração de 0,9%, todos abaixo das expectativas.
A economia brasileira mantém-se aquecida devido a um mercado de trabalho saudável e ao aumento da renda, fatores que geram pressão inflacionária. O Banco Central está programado para se reunir no final deste mês para deliberar sobre a política monetária.
No final do ano anterior, a autoridade monetária elevou a taxa de juros Selic em 1,00 ponto percentual, para 12,25% ao ano, surpreendendo ao sinalizar mais duas altas da mesma magnitude no futuro. De acordo com a Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, as projeções do mercado para o crescimento do PIB em 2024 são de 3,5%, com expectativa de 2,02% em 2025.
O IBC-Br é elaborado com base em proxies representativas dos índices de produção da agropecuária, indústria, serviços e volume de impostos sobre a produção.