Para Charles Mendlowicz, o juro elevado no Brasil, que costuma espantar investimentos, precisa ser atacado de forma estrutural. “Toda vez que o combustível sobe, a gente toma na cabeça com a inflação. Todos os países são assim, mas o Brasil tem 70% do transporte por meio rodoviário,” diz. “A gente não tem transporte de passageiro, como trem rápido. É tudo por avião. Subiu um pouco o petróleo, a gente sofre,” exemplifica. “Nos últimos 20 anos, não se construiu uma estrutura diferente de transporte para que quando o petróleo subisse a gente não sofresse tanto com a inflação,” diz. “Estruturalmente, o Brasil é feito para ter um juro elevado,” afirma. Charles Mendlowicz, conhecido como “Economista Sincero”, participou do episódio 272 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter. Episódio anterior: Dá para reduzir gasto público sem prejudicar o pobre, diz Marcos Mendes. Temos déficit elevado e não encontramos solução para problema, critica Marcos Mendes. Brics: Ele acha que o Brasil está bem posicionado em relação aos principais países que integram os Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul). “A gente está perdendo uma baita chance,” diz. “No Brasil, mal ou bem, as instituições funcionam, não estamos em guerra, temos recursos naturais,” complementa. No caso da Rússia, o fato do país estar em conflito com a Ucrânia, “ninguém está colocando dinheiro lá.” Já com relação a China, “depois da Covid ninguém ficou tão confiante em investir.” A Índia, o economista acha que “vai bem” e exemplifica o fato de recentemente a Apple anunciar que levará parte de sua produção para o país. Chance: Mendlowicz não vê investimentos destinados ao Oriente Médio em meio ao conflito Israel-Hamas, assim como a Turquia. “Para liquidez mundial, o Brasil estava num momento perfeito. Mas, de novo, a gente está desperdiçando uma chance,” avalia. “O maior lamento é de a gente não estar entendendo esse momento,” acrescenta. Caso ocorra uma queda de juros no Estados Unidos, ele acha que existirá ainda mais dinheiro global em circulação. “O Brasil tem tudo que o capital precisa: gente, estrutura enorme, um mundo de necessidades,” afirma.
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