A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora do governo dos Estados Unidos, concedeu aprovação, nesta terça-feira (28), para o uso do medicamento Ozempic, desenvolvido pela Novo Nordisk, no tratamento da doença renal crônica em pacientes com diabetes tipo 2. Essa decisão representa uma expansão significativa no uso da injeção, que já é amplamente empregada no tratamento do diabetes, agora visando reduzir o risco de complicações renais graves, falência renal e morte por doenças cardiovasculares.
A aprovação do Ozempic tem o potencial de revolucionar a abordagem médica em relação aos pacientes com doença renal crônica, uma condição que resulta na deterioração progressiva da função renal e é uma das principais causas de óbito nos EUA. Segundo a Novo Nordisk, aproximadamente 37 milhões de adultos americanos convivem com essa enfermidade.
O diabetes é reconhecido como um fator de risco significativo para o desenvolvimento da doença renal, com cerca de 40% dos pacientes com diabetes tipo 2 apresentando essa complicação, a qual pode desencadear problemas cardiovasculares adicionais e até mesmo levar à morte.
Resultados de um ensaio clínico de fase avançada demonstraram que o Ozempic foi capaz de reduzir em 24% o risco de desfechos renais graves, como falência renal e óbito por causas renais ou cardíacas, em pacientes diabéticos com doença renal crônica, em comparação com um grupo que recebeu placebo.
Além disso, os indivíduos tratados com Ozempic apresentaram uma desaceleração mais acentuada na perda da função renal, uma diminuição de 18% no risco de eventos cardiovasculares graves, como infarto, e uma queda de 20% no risco de morte por qualquer causa.
A aprovação do Ozempic surge após o governo Biden selecionar três medicamentos da Novo Nordisk, contendo o princípio ativo semaglutida, para negociações de preços de medicamentos do Medicare. Essa lista inclui o Ozempic, seu equivalente para perda de peso, Wegovy, e outro tratamento para diabetes denominado Rybelsus.
Essa decisão da FDA ocorre em um contexto de aumento da concorrência da Eli Lilly e dos esforços da Novo Nordisk para ampliar a cobertura de seguro para o Wegovy, que já foi aprovado para reduzir o risco de eventos cardiovasculares graves.