Donald Trump colocou em marcha seu plano de deportação em massa desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, no dia 20 de janeiro. Se ele conseguir cumprir sua promessa de mandar embora até 11 milhões de imigrantes em situação ilegal, o impacto na economia dos EUA pode ser significativo. A Bloomberg Economics estima que a deportação de todos os imigrantes indocumentados poderia reduzir em até 8% o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, avaliado em US$ 27,3 trilhões.
Além disso, as famílias de imigrantes contribuíram com quase um sexto de todos os dólares arrecadados em impostos no país, cerca de US$ 580 bilhões em 2022, de acordo com o American Immigration Council (AIC). Os imigrantes ilegais representam cerca de 23% da população de imigrantes nos EUA, com os maiores contingentes sendo do México, Índia, China, Filipinas e El Salvador.
A possibilidade de deportação em massa preocupa Wall Street, uma vez que uma parcela significativa da população e da força de trabalho nos EUA é composta por imigrantes. Dados do Departamento do Trabalho indicam que 13,6% da população americana e 18,4% da força de trabalho são imigrantes, e 25% das empresas são constituídas por imigrantes.
A imigração sempre foi um pilar na construção dos Estados Unidos, porém, a gestão recente enfrentou desafios no gerenciamento da imigração ilegal. Apesar das deportações em andamento, acredita-se que as instituições sólidas do país podem limitar o alcance das medidas propostas por Trump. O advogado de imigração Vinicius Bicalho ressalta que o país continuará recebendo pedidos de vistos, especialmente para setores como tecnologia, saúde e engenharias.
Com quase 2 milhões de brasileiros nos EUA, sendo 230 mil indocumentados, a comunidade brasileira também enfrenta desafios diante das políticas de imigração. Setores como hotelaria, alimentos, construção civil e agricultura serão os mais afetados pela deportação em massa, devido à dependência de mão de obra imigrante.
Os imigrantes e seus descendentes desempenham um papel crucial no empreendedorismo nos EUA, com 45% das empresas da lista da Fortune 500 fundadas por imigrantes ou seus filhos. No setor de tecnologia, os imigrantes contribuíram significativamente para inovações e avanços, destacando a importância da imigração para a economia e a sociedade americana.