A homologação dessa semana de um acordo entre o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o governo é considerada por Paulo Gama, analista político da XP, como um pontapé inicial para destravar a agenda do Executivo para esse ano. Ele participou do programa Morning Call da XP, nesta sexta (28).
Segundo Paulo Gama, em meio à queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, discutem-se medidas que possam ser apresentadas para tentar reverter esse quadro. A reforma ministerial não teve ainda conclusão e é um ponto aguardado pelos congressistas. “Tenta-se assim entender como se dará a relação da base governista e dos partidos de centro com o Planalto”, avaliou.
Sobre a agenda, a discussão do consignado privado é uma delas. “O governo está tentando encontrar uma maneira de estimular o crédito para trabalhadores formais”, ressaltou. “Tem uma segunda agenda relevante que é a reforma do imposto de renda, que vai discutir no Congresso isenção para aquelas pessoas que ganham até R$ 5 mil”, acrescentou.
Uma das medidas já foi colocada em prática, que foi o caso da liberação de saldo do FGTS para trabalhadores que optaram no passado pelo saque aniversário, mas acabaram demitidos, menciona Paulo Gama. “O último ponto são as medidas para combater a inflação dos alimentos. É possível que haja anúncios nessa frente em breve”, afirmou. O analista explicou que no debate da agenda do governo Lula, o Ministério da Fazenda atua para tentar afastar os efeitos mais “difíceis de lidar”. “Mas há no entorno do governo pressão grande para tentar tirar outras medidas da cartola”, disse.