O Senado da Argentina rejeitou na quinta-feira (20), por apenas um voto, a criação de uma comissão especial para investigar o presidente Javier Milei e sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, no escândalo envolvendo a criptomoeda Libra.
A votação ocorreu em meio a fortes acusações de fraude e corrupção contra o governo. A proposta precisava de 48 votos para ser aprovada, mas obteve 47. O resultado foi garantido com o voto contrário do bloco de senadores do Pro, partido do ex-presidente Mauricio Macri, e de seis parlamentares da União Cívica Radical (UCR).
O partido tem cinco governadores alinhados ao governo Milei devido à dependência financeira das províncias do apoio federal. O presidente da UCR, Martín Lousteau, e outros parlamentares do partido votaram a favor da investigação. Lousteau criticou diretamente Milei, afirmando que “sem a participação do presidente, a fraude não teria sido possível”.
Além da rejeição da comissão, os senadores também barraram o pedido de interpelar o chefe de gabinete, Guillermo Francos, responsável pelas articulações políticas do governo. O peronismo, maior bancada da Casa, votou favoravelmente à investigação.