A possibilidade de os supermercados venderem remédios que não precisam de prescrição médica (MIPs) tem gerado debates acalorados entre os setores farmacêuticos e de supermercados.
Em um post no LinkedIn, o acionista da DrogaRaia, Eugênio De Zanottis, alertou sobre o risco do abuso de medicamentos pela população. Ele mencionou que os supermercados que buscam autorização para essa prática já podem vender medicamentos, inclusive os de prescrição, em suas farmácias. No entanto, muitos supermercados têm fechado suas farmácias devido à falta de competitividade, principalmente em relação aos preços. Zanottis criticou a ideia de que os supermercados ajudariam a reduzir a inflação, considerando-a ilusória.
Por outro lado, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) citou dados da Nielsen, divulgados pela Folha de S.Paulo, que apontam uma redução de 35% nos preços dos medicamentos sem prescrição vendidos em supermercados durante um período em que essa prática era permitida.
A discussão envolve também a posição da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que questiona a restrição aos supermercados, destacando a venda online de remédios sem receita.
O renomado Dr. Drauzio Varella expressou preocupação com a medida, enfatizando a importância dos farmacêuticos na orientação sobre o uso correto dos medicamentos.
Enquanto a Abras defende a venda nos supermercados como uma forma de reduzir os preços dos remédios, a Abrafarma argumenta em prol da reserva de mercado das farmácias. A polêmica continua, com diferentes visões sobre os impactos dessa possível mudança no setor de saúde.