Com as taxas de juros futuras atingindo recordes nos últimos dias, analistas já precificam uma alta mais expressiva na taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para quarta-feira. “Esperamos que o comitê anuncie uma elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic para enfrentar o cenário adverso de câmbio e inflação”, avalia a equipe de economia da XP Investimentos.
Antes disso, nesta segunda-feira (9), às 8h, será divulgado o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) referente à primeira quadrissemana de dezembro, que oferece uma visão sobre a evolução da inflação. Às 8h25, será publicado o Boletim Focus, com as expectativas de inflação e taxa de juros do mercado para os próximos meses, com impacto direto nas projeções econômicas.
Nos Estados Unidos, às 11h, será divulgado o relatório sobre as Expectativas de Inflação pelo Federal Reserve de Nova York, que auxilia na análise sobre o comportamento futuro da política monetária. Às 12h, saem dois indicadores importantes: o Índice de Tendências de Emprego, que reflete o desempenho do mercado de trabalho, e os dados sobre Vendas e Estoques no Atacado de outubro, que fornecem uma visão do ritmo de atividade econômica e do comportamento dos estoques nas cadeias produtivas, que servem para as expectativas sobre o crescimento econômico e as ações do Fed.
O presidente Lula tem reunião com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e outros 15 ministros nesta segunda, às 9h. Na parte da tarde, Lula se reúne com Ministro da Casa Civil, Rui Costa, e Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, afirmou que os riscos de inflação para a economia dos Estados Unidos ainda são expressivos, exigindo cautela nas decisões sobre cortes na taxa de juros. Em sua apresentação na Conferência de Gestão Executiva da Associação de Banqueiros do Missouri, Bowman destacou que, apesar de o mercado de trabalho estar próximo do pleno emprego, os riscos para a estabilidade de preços permanecem elevados. Por isso, ela sugeriu que a redução da taxa de juros seja feita de forma cautelosa e gradual, já que a inflação continua alta.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), voltou a fazer críticas aos agentes do mercado financeiro e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não trabalha para satisfazer a “ganância” do setor. Segundo o petista, o mercado não gosta do chefe do Executivo federal, mas o Brasil sim.
Faltando menos de um mês para o início do recesso parlamentar, as lideranças do Senado e da Câmara decidiram acelerar a tramitação de projetos que atendem a demandas de grupos com os quais negociaram apoio para a sucessão no comando das duas Casas. Entre as propostas em pauta estão a chamada PEC das Praias, apoiada pela oposição; projetos que visam o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), em resposta a solicitações da bancada ruralista; e medidas voltadas à segurança pública, em alinhamento com os interesses da bancada da bala.
O Plenário do Senado aprovou esta semana o projeto de lei que permite ao Ministério da Fazenda zerar as alíquotas do Imposto de Importação para medicamentos no Regime de Tributação Simplificada (RTS). A isenção se aplica a importações de até 10 mil dólares (cerca de R$ 60 mil) realizadas por pessoas físicas para uso próprio. O Projeto de Lei 3.449/2024, que incorpora as MPs 1.236/2024, 1.271/2024 e 1.249/2024, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em outubro e agora segue para sanção do presidente da República.
O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia pode gerar um impacto positivo de 0,34% no PIB do Brasil até 2044, somando 37 bilhões de reais. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou o apoio de setores como indústria, comércio e agricultura, e o potencial para aumentar exportações, gerar empregos e reduzir a inflação. O governo também estimou crescimento de 2,65% nas exportações e 2,46% nas importações. Embora o acordo tenha sido assinado após 25 anos de negociações, ainda precisa ser aprovado pelos países membros, com resistência de países como a França, que pode bloqueá-lo. Alckmin afirmou que os termos não podem ser alterados.