A Telefonica (VIVT3) firmou no final do ano passado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Tribunal de Contas da União (TCU) o regime de serviço de telefonia fixa de concessão para autorização. A adaptação da outorga não é obrigatória, mas a operadora decidiu pela troca e, com isso, ela assumiu compromissos de atendimento e investimento como contrapartida. Pelo seu lado, ela tem benefícios com a mudança.
Sinalização tímida
Segundo relatório da XP, a sinalização tímida sobre os benefícios dessa mudança de concessão para autorização, pode decepcionar o mercado. Bernardo Guttmann, head de telecom da XP, participou do programa Morning Call da XP e deu uma visão sobre a questão. O analista apontou quatro potenciais benefícios com a migração de concessão para autorização feita pela Telefonica. Um deles é o descomissionamento de 120 mil toneladas de rede de cabo de cobre, que podem ser parte vendido, representando, segundo cálculo da XP, um valor aproximado de R$ 1,5 bilhão. A Telefonica tem ainda 1.900 propriedades imobiliárias, próprias ou alugadas, que estão envolvidas na operação de concessão de voz fixa, cuja metade pode ser liberada, representando venda do imóvel ou cancelamento de aluguel. Mas a XP diz não ter visibilidade dessa iniciativa. O terceiro benefício apontado por Bernardo Guttmann é a otimização de capex e opex. O último benefício da Telefonica com a migração é que tem mais de 1 milhão de clientes na rede de cobre, que pode ir para uma nova tecnologia da operadora. Ainda assim, a XP mantém recomendação de compra para a Telefonica, com preço-alvo para o final de 2025 de R$ 61,00/ação.